Habacuque 2:4
Vamos considerar um texto citado do Antigo
Testamento no Novo Testamento. Quem está citando este texto do Novo Testamento
sempre o expressa corretamente, mas do texto registrado no Antigo Testamento
raramente é falado corretamente.
Vamos experimentar. Vou começar e o leitor pode
completar. “Mas o justo… Quem completou com” viverá da fé” errou! exceto se
usou outra preposição que em outras versões usam “por ou pela”… mesmo assim
errou.
Veja então a citação do profeta Habacuque “Mas o justo viverá pela sua fé,” (2:4). Reparou no pronome “sua?” As outras principais versões têm a mesma tradução. Porém, inverteram a posição da palavra “viverá”, mesmo assim não altera a declaração.
Veja então a citação do profeta Habacuque “Mas o justo viverá pela sua fé,” (2:4). Reparou no pronome “sua?” As outras principais versões têm a mesma tradução. Porém, inverteram a posição da palavra “viverá”, mesmo assim não altera a declaração.
A minha experiência mostra que poucos são os que
percebem corretamente o que Habacuque disse. Talvez o leitor tenha que
juntar-se a esta turma. É fácil notar, mas agora como explico? Então o que
significa esta expressão de Habacuque? Certamente a palavra em si nada revela.
Ela simplesmente qualifica a fé do sujeito da sentença, a saber, o justo. Este
homem há de viver por meio da fé que tem. Mas agora o que é esta fé? Certamente
nada ela tem com relação à fé salvífica, pois já foi exercida na hora de
decisão. Ainda mais… a fé salvífica é algo gerada por Deus, conforme Efésios
2:8. Há nas Sagradas Escrituras dois sentidos para a palavra fé. Um já foi
abordado, a saber, a fé salvífica mesmo em poucas palavras. Alguns teólogos
apresentam-na como fé subjetiva em contraste com a fé objetiva.
O apóstolo Judas apresenta-nos uma clara expressão
da fé objetiva. Veja o que ele disse no versículo 3: “Exortando-vos a
batalhardes diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos
santos.” Alguns chamam a fé objetiva como a declaração da fé ou a declaração doutrinária
que expressa um corpo de crenças qualificadoras para uma igreja ou uma
instituição ou ainda aquele que o candidato, ao santo ministério, apresenta no
ato do exame para o pastorado. Assim sendo, Habacuque está dizendo que o justo
deve ter uma fé guiadora para sua vida. Ele lamenta a iniquidade desenfreada
entre o povo de Judá, e salienta que tal não seria o caso se o justo está
vivendo dentro dos mandamentos (fé) do seu Deus. Como a declaração doutrinária
da igreja ou de um candidato ao santo ministério serve como guia, assim cada
indivíduo precisa ter sua própria declaração doutrinária guiadora.
Poucos são os cristãos que tem algo assim por
escrito. A maioria anda de acordo com a declaração prescrita por sua igreja.
Mas creio que individualmente não existe uma por escrito, mesmo que exista na
sua cabeça. Será que ela é adequada? Por exemplo, nos anos do meu ministério
ativo servi como tesoureiro de várias entidades. Tinha que aumentar a minha
declaração doutrinária em termos de minha responsabilidade. Entre outras
declarações concernentes a esta responsabilidade propus: “Não tome emprestado
da caixinha, pois ela não pode me cobrar. Quando for necessário tomarei
emprestado de um colega que não me deixaria esquecer.” Ou outra, como pastor,
“Jamais darei uma carona sozinho para outra senhora qualquer sem que minha
esposa esteja comigo.” Ou ainda outra como diretor do SEBARSP, “Nunca darei
conselhos para uma estudante com a porta do gabinete fechada, e mais, teria um
ambiente ocupado por pessoas para que tivessem plena visão da cena.” Perceba
como tais argumentos não se encontram numa declaração doutrinária. Mas para
mim, fazia parte da exortação de Habacuque, pois como aquele “justo diretor”
viverá suas responsabilidades pela sua fé desenvolvida para refletir suas
responsabilidades? Mas há outras áreas da vida à luz das novidades na praça.
Cinquenta anos atrás não existia a internet, telefone celular, ipod ou outros
meios eletrônicos disponíveis.
Hoje o cristão no dia-a-dia precisa aumentar “sua
fé” à luz da vida eletrônica. Tem consciência do tempo utilizado com os
recursos eletrônicos? O que é permitido ver ou ler? O que vai registrar para
outros verem? Aquele que não aumenta sua declaração doutrinária por escrito ou
a registra em sua cabeça será testado pelo inimigo. E quem tem o Espírito Santo
pode mexer com o inimigo na base da “sua fé!” E quem não tem o Espírito Santo
não tem como alertá-lo. E você leitor… está firme na declaração doutrinária da
sua igreja? Parabéns! Mas que tal a sua própria declaração doutrinária (sua fé)
em relação às suas responsabilidades? À luz do mundo eletrônico? Quem não tem
será objeto de prova pelo inimigo das nossas almas. Seja prudente, comece desde
já a viver a sua vida à luz de uma declaração doutrinária individual!
Dr. Ricardo Sterkenburg Diretor Jubilado do
Seminário Batista Regular em São Paulo.
Fonte:
http://ministeriosrbc.org/
http://wwwibrangela.blogspot.com/2010_12_01_archive.html
Um comentário:
Belas lembranças do Pastor Ricardo e família na Igreja do Jardim Angela. Saudades! Gostei de vê-los assim, tão bem! Que Deus os abençoe.
Um forte abraço.
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